Encontrei Magia num Jogo Quebrado

Não vim em busca de truques ou ganância rápida. Vim porque precisava me sentir visto. No Brooklyn, com um pai negro que tocava trompete à meia-noite e uma mãe irlandesa que pintava murais nas paredes do metrô, aprendi cedo: a maravilha não grita — sussurra. Espera no silêncio entre as rodadas. Quando joguei Aviator, pensei ser só mais uma máquina de jet fuel e luz neon. Mas então — numa terça-chuva às 2:17, após minha quinta perda — vi o ecrã escurecer. Nenhuma vez o multiplicador caiu. E foi aí que senti. A magia não estava na ‘nuvem’ ou no ‘modo caçador’. Estava na respiração antes de retirar. Estava no jogador de Tóquio que partilhou sua vitória sem palavras. Estava no texto do meu primo: ‘Parei de correr. Comecei a ouvir.’ RTP 97%? Dados transparentes? Sim — mas são só números num painel. O verdadeiro truque não está nos vídeos de Aviator — está na sua quietude quando escolhe andar, em vez de dobrar.